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Trabalho Escravo: Brasil Tem 918 Vítimas Resgatadas Só Neste 1º Trimestre
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Ministério do Trabalho registrou estes casos entre janeiro e 20 de março deste ano.
- Por Anderson Santos
- 22/03/2023 20h53 - Atualizado há 1 ano
O Brasil continua apresentando números alarmantes de Trabalho Escravo em todo o seu território. Somente neste 1º trimestre, o Ministério do Trabalho já resgatou cerca de 918 vítimas em condições análogas à escravidão.
O número equivale a um aumento de 124% quando comparado aos três primeiros meses do último ano: um valor recorde em 15 anos.
Não há um registro dessa magnitude desde 2008, quando cerca de 1.400 pessoas foram salvas do trabalho escravo.
Trabalho Escravo Nos Últimos 15 Anos
Maurício Krepsky, auditor fiscal do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), compartilhou dados compilados com o portal de notícias G1 mostrando o número de resgates entre 2008 e 2023, confira:
Divisão de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo / Imagem: Reprodução
Os estados de Goiás e Rio Grande do Sul foram os que apresentaram o maior índice de trabalhadores em condições semelhantes à escravidão.
As operações de resgate são realizadas em todo o país, em uma ação conjunta entre o Ministério do Trabalho, Polícia Federal, Ministério Público Federal, Defensoria da União, entre outras instituições.
Policiais Federais observam as condições dos trabalhadores / Imagem: PF
Durante a abordagem várias irregularidades são encontradas, dentre elas estão:
• Cobrança de aluguel de barracos usados como alojamentos
• Não fornecimento de alimentação
• Cobrança pelo uso de ferramentas de trabalho.
• Não fornecimento de equipamentos de segurança individual (EPI)
• Falta de banheiros e produtos de higiene pessoal
Foi no Rio Grande do Sul que ocorreu um dos casos de maior repercussão: 207 trabalhadores foram resgatados de fazendas durante uma safra de uva em fevereiro deste ano.
Trabalhadores resgatados de trabalho similar ao escravo em Salvador - Imagem: Cid Vaz/TV Bahia
Além da jornada exaustiva de trabalho, as vítimas relataram que sofriam agressões físicas, recebiam choques elétricos e até tiros de borracha.
Neste último caso, a empresa responsável por contratar os trabalhadores foi a Fênix Serviços Administrativos e Apoio à Gestão de Saúde LTDA.
Pedro Augusto de Oliveira, o empresário por trás da Fênix, já tinha recebido queixa pelo mesmo crime em 2021 por outra empresa!